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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O aprendizado começa no útero

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PARA Aristóteles, o cérebro do bebê ao nascer era uma tabula rasa, uma página em branco. Mais de dois mil anos depois, muitos ainda o consideravam pouco mais do que isso. “Quando o bebê acaba de nascer”, escreveu em 1895 um professor de Medicina da Universidade de Pensilvânia, EUA, “ele é um pouquinho mais inteligente do que um vegetal”. Folklore discordou e afirmou que um bebezinho aprendia ainda no útero e já tinha consciência do que acontecia fora dele. A ciência afirma agora que tanto Aristóteles como o professor estão errados e que os folkloristas estão certos.
O cérebro tem um pequeno início, mas quão assombroso é quando se torna completo! Seu desenvolvimento começa na terceira semana de gravidez, como uma fina camada de células chamadas de placa neural. O neurologista Richard M. Restak conta-nos o que ele se torna no fim da gravidez: “Mas, desse começo inauspicioso se desenvolverá o órgão mais maravilhoso no universo conhecido.” O processo se inicia com talvez 125.000 células e aumenta a uma taxa de 250.000 por minuto. Restak acrescenta: “Por fim, elas se multiplicarão em cerca de cem bilhões de neurônios que constituem a base de todas as funções do cérebro.”
À medida que o cérebro cresce, formam-se conexões entre seus neurônios. Já na oitava semana, tais conexões, chamadas sinapses, estão-se desenvolvendo e logo se tornam milhões, ao assumirem as numerosas funções do cérebro fetal. É também nesta fase — o fim do segundo mês de gravidez — que “tudo que será encontrado num ser humano plenamente desenvolvido já . . . foi estabelecido”, segundo o largamente aclamado livro A Child Is Born (Nasce Uma Criança). Todas as partes do corpo já estão no seu devido lugar, e não é mais um embrião. Já teve início o estágio fetal de crescimento e aperfeiçoamento dos pormenores. Mesmo assim, os aborcionistas ousam dizer-nos que não está vivendo.
Os movimentos iniciais do feto começam com sete semanas e meia. Já com 13 semanas, as papilas gustativas estão funcionando, e, mais tarde, caso se adicione açúcar ao líquido amniótico, dobra a taxa de sugadas. Mas caso se acrescente algo desagradável ao paladar, o feto reduz drasticamente suas sugadas e faz caretas para frisar seu desagrado. Já com 15 e 16 semanas, a respiração, o soluçar, o sugar, o engolir, o bocejar, o movimento dos olhos — e, nas semanas seguintes, o sono REM — tudo isso está acontecendo. “Em medida limitada”, diz Restak, “o feto também consegue ouvir, ver, provar, cheirar e sentir no mundo intra-uterino”. Mas ainda não é uma criatura vivente, asseguram-nos os aborcionistas.
O recém-nascido lembra-se de coisas a que ficou exposto no útero — as batidas do coração de sua mãe, por exemplo. Com esse som ele adormecia, despertava e descansava, e se movia com suas batidas rítmicas. Era um companheiro constante, dando-lhe uma sensação de tranqüilidade e de segurança. Os pesquisadores provaram seu poder de acalmar, num experimento realizado numa maternidade. Os bebês expostos a uma gravação de batimentos dum coração humano choravam menos e se desenvolviam melhor do que os não expostos. É interessante que “sons intra-uterinos e outros sons acalmam (bebês irrequietos) apenas quando apresentados em níveis comparáveis aos encontrados no útero”.
Não só está o cérebro fetal envolvido com as atividades no útero, mas também nota e lembra-se das coisas que ocorrem do lado de fora. “Vivaldi é um dos compositores favoritos da criança por nascer”, afirma o Dr. Thomas Verny. “Mozart é outro. Sempre que uma de suas sublimes composições era colocada num toca-discos, relata o Dr. Clements, as taxas de batimento cardíaco invariavelmente se normalizavam e os chutes dos fetos diminuíam. . . . Todas as formas de rock, por outro lado, deixavam a maioria dos fetos perturbados.”
O Dr. Anthony DeCasper, psicólogo da Universidade da Carolina do Norte, EUA, inventou um mamilo não-nutritivo que monitora a taxa e a pressão do sugar do bebê. Por variar seu padrão de sugar, o bebê aprende a selecionar os sons gravados que deseja ouvir — certas vozes e histórias, por exemplo. Um recém-nascido com apenas uma ou duas horas de vida conseguiu captar a voz do pai, que tinha conversado com ele por meio de curtas palavras que o acalmavam enquanto se achava no útero. A criança não só selecionou escutar essa voz, mas também respondeu de forma emocional, e parou de chorar, sentindo-se segura. Do mesmo modo, ela selecionava a voz da mãe para ouvir, bem como o batimento cardíaco dela, tendo-se acostumado a ambos quando estava no útero.
Em outro experimento, DeCasper fez com que 16 mulheres grávidas lessem em voz alta uma história infantil intitulada The Cat in the Hat (O Gato no Chapéu). Elas a leram duas vezes por dia em voz alta nas últimas seis semanas e meia de gravidez. Pouco depois de os bebês nascerem, eles foram colocados no aparelho de sugar, e tocaram-se para eles gravações de duas histórias, The Cat in the Hat e The King, the Mice and the Cheese (O Rei, os Ratinhos e o Queijo). Pelo compasso do sugamento, os bebês em todos os casos preferiram ouvir The Cat in the Hat, a história que tinham ouvido no útero. Eles a escolheram repetidas vezes, em vez de The King, the Mice and the Cheese, que não tinham escutado no útero. Crianças de qualquer idade fazem o mesmo, sempre querendo ouvir, vez após vez, sua história favorita, em vez de ouvir uma nova. DeCasper concluiu: “Tem-se a impressão de que as preferências auditivas depois do nascimento são influenciadas pelo que foi ouvido na fase pré-natal.” O Dr. Restak, que comunicou tais descobertas, diz: “O bebê aprende no útero, reconhece a voz de sua mãe, até mesmo a entonação dela e o próprio livro que ela está lendo.” A conclusão dele foi: “Os fetos, em outras palavras, têm capacidade de aprendizagem auditiva perceptual no útero meses antes de realmente precisarem dela, ou de se esperar que possam fazer uso dela.”
O bebê aprendeu muita coisa no útero. Está bem equipado para aprender. Todo o precedente mostra que, mesmo no útero, o cérebro é surpreendente. Enquanto ali, ele adquire seu pleno complemento de neurônios. “Por ocasião do nascimento, o cérebro do recém-nascido possui mais neurônios, com os quais poderá formar redes, do que jamais terá de novo”, segundo os neurocientistas. Desde a concepção, esta nova vida no útero tem estado ocupadíssima, formando já por oito meses estes bilhões de neurônios e criando bilhões de conexões entre eles, tornando possível o movimento, a respiração, o sugar, o engolir, o provar, o urinar, o ouvir, o ver, o aprender e o lembrar-se. Como pode qualquer pessoa inteligente dizer que esta criatura não está viva?
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Muitos cientistas e milhões de outros crêem logicamente que a vida começa no útero, no momento da concepção. Em seu livro The Mind (A Mente), o Dr. Restak diz: “O verdadeiro começo e o evento mais crítico de nossa vida é o momento da concepção. Os chineses reconhecem isto por calcularem a idade desde aquele momento; um bebê é considerado como já tendo um ano ao nascer.”
Atualmente, muitos gostariam de crer que os bebês não devem ser considerados como uma vida, uma pessoa, até que nasçam, mas a Palavra de Deus discorda. Se o bebê for intencionalmente abortado, a regra de Deus é: ‘Vida por vida.’ Isto é reforçado por Êxodo 21:22, 23: “Caso homens briguem entre si, e eles realmente firam uma mulher grávida e deveras saiam os filhos dela, mas não haja acidente fatal, sem falta se lhe deve impor uma indenização segundo o que o dono da mulher lhe impuser; e ele tem de dá-la por intermédio dos magistrados. Mas se acontecer um acidente fatal, então terás de dar alma por alma [ou: “vida por vida”, Almeida, ed. rev. e atualizada[/youtube].”
Enquanto o bebê ainda se acha no útero, Jeová o considera uma pessoa viva. Que isso se dá torna-se claro de todas as atividades que ele realiza no útero. A ciência agora sabe que todas as partes do corpo acham-se presentes e funcionando já no fim do segundo mês, que o bebê sente, aprende e lembra. Por certo, a mente do recém-nascido não é ‘uma página em branco’, como disse Aristóteles, nem o bebê sabe ‘pouco mais que um vegetal’, como disse o professor universitário. Possui todos os neurônios que virá a ter, e eles estão prontos a registrar todas as novas coisas vistas e os sons e as sensações que agora o cercam. Está pronto para prosseguir! Será que está mesmo?
A mãe muito pode contribuir para o bem-estar do bebê no útero, ou pode causar-lhe dano. Seus pensamentos podem atingi-lo, para o bem ou para o mal. Não é que o feto tenha os mesmos pensamentos da mãe; mas os pensamentos que ela nutre geram emoções, e o feto é atingido pelos estados emocionais que tais pensamentos geram, sejam de segurança, de serenidade e de tranqüilidade, sejam de ansiedade, temor e raiva. Muito pior ainda, doenças infecciosas podem ser transmitidas da mãe para o feto através da placenta. Doenças sexualmente tansmissíveis, até mesmo a AIDS, podem ser transmitidas. Mães que, durante a gravidez, consomem fumo, maconha, álcool, morfina, cocaína, heroína e outras drogas podem dar à luz bebês toxicômanos, com retardo mental, deficiências cerebrais, corpos malformados, sujeitos a derrames, ataques tipo epilépticos e outras terríveis conseqüências.
O bebê no útero não está totalmente separado do mundo exterior como certa vez se pensava. Enquanto no útero, pode ser amorosamente acalentado ou cruelmente vitimado. Que tratamento o aguarda, uma vez fora do útero? Seu aprendizado começa no útero, mas quais serão suas experiências de aprendizado quando vier a este mundo? Esperamos que pais amorosos, que são felizes no casamento, façam com que tais experiências sejam boas.

Fonte: Despertai 1992 22/1 pp. 14-17 O aprendizado começa no útero


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